Quando pensamos na figura de um juiz, logo vem à mente alguém que toma decisões importantes em um tribunal, como definir a pena de quem cometeu um crime ou decidir com quem ficará a guarda de uma criança após uma separação. E, de fato, essa é uma parte essencial do trabalho desse profissional.
O juiz é quem garante que as leis sejam cumpridas e que os conflitos sejam resolvidos de forma justa. Seu papel é analisar os fatos, interpretar as leis e tomar decisões que impactam diretamente a vida das pessoas, de empresas e até do próprio Estado.
Como é o trabalho de um juiz no dia a dia
Ser juiz exige muita responsabilidade, pois esse profissional literalmente decide o destino das pessoas envolvidas em processos. Sua rotina não é feita apenas de julgamentos: ele também conduz audiências, analisa documentos, escuta testemunhas, lê petições e estuda casos com bastante profundidade.
Além disso, precisa avaliar provas, ouvir os argumentos de cada lado e, com base na lei, decidir o que é mais justo para resolver aquele problema. Também é muito comum que o juiz incentive acordos e soluções pacíficas, especialmente em casos de família ou conflitos civis.
Dependendo da área em que atua, o juiz pode cuidar de casos criminais, de família (como divórcios, pensões e guarda dos filhos), empresariais, ambientais, trabalhistas, eleitorais, entre outros. As áreas de atuação do direito podem ser verificadas neste post.
Como se tornar juiz no Brasil

O caminho para se tornar juiz é bastante desafiador. É preciso, primeiro, se formar no curso de Direito e depois ter, no mínimo, três anos de prática jurídica, como advogado, promotor, defensor público, entre outras funções.
Após isso, é necessário ser aprovado em um concurso público, que é um dos mais concorridos do país. Quem passa começa como juiz substituto. Com o tempo, e após um período de avaliação, o profissional se torna juiz titular de uma comarca, que pode ser uma cidade ou uma região.
No início da carreira, o juiz atua em cidades menores e resolve casos de diversas áreas. Depois, pode ser promovido para comarcas maiores e até se especializar, cuidando apenas de processos criminais, de família, de empresas, entre outros.
Depois de se tornar juiz titular de uma comarca é possível ser promovido a desembargador. Esse cargo faz parte dos tribunais de segunda instância, como os Tribunais de Justiça (TJ) e os Tribunais Regionais Federais (TRF), onde são analisados recursos de decisões da primeira instância. A promoção pode ocorrer por antiguidade ou merecimento, considerando critérios como tempo de serviço, produtividade e conduta ética.
Além disso, é possível alcançar os tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal Militar (STM). O topo da carreira é o Supremo Tribunal Federal (STF), que protege a Constituição. Para esses cargos, não há concurso, e sim nomeação feita pelo Presidente da República, com aprovação do Senado.
A carreira também permite atuação em funções administrativas importantes, como presidir tribunais ou participar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tornando a magistratura uma das profissões mais prestigiadas do país.
Quanto ganha um juiz
O salário de um juiz no Brasil é bastante atrativo. Quem começa na carreira, como juiz substituto, já recebe um valor em torno de R$35 mil a R$37 mil por mês, dependendo do tribunal e da região. Além disso, o cargo oferece vários benefícios, como auxílio-alimentação, auxílio-saúde, auxílio-natalidade e outros adicionais.
Com o tempo e as promoções, esse valor pode chegar ao teto do serviço público, que em 2025 está fixado em R$46.366,19 — o mesmo valor pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, muitos juízes recebem valores acima desse teto em alguns meses, graças a indenizações, pagamentos retroativos, gratificações, acúmulo de funções e outros benefícios que são permitidos por lei. Por isso, em determinados períodos, é possível ver juízes recebendo mais de R$100 mil, especialmente quando há pagamentos acumulados ou extras.
O impacto da tecnologia na rotina dos juízes
Assim como em muitas profissões, a tecnologia tem transformado a vida dos juízes. Hoje, praticamente todos os processos tramitam de forma eletrônica, o que facilita o envio de documentos, a realização de audiências virtuais e o acompanhamento dos casos.
Além disso, a Inteligência Artificial já ajuda os magistrados em tarefas como organizar processos, sugerir minutas de decisões e até cruzar informações de leis e jurisprudências, tornando o trabalho mais ágil e eficiente.
Desafios e responsabilidades da profissão de juiz
Ser juiz vai muito além de conhecer as leis. É preciso ter equilíbrio, responsabilidade, empatia e um forte senso de justiça. Afinal, suas decisões impactam diretamente a vida das pessoas.
O sistema judiciário brasileiro ainda enfrenta desafios como lentidão, excesso de processos e desigualdades. Por isso, é fundamental que o juiz atue de forma ética, transparente e comprometida em garantir uma justiça mais acessível e eficiente para todos.
Vale a pena ser juiz?
Se você gosta de resolver problemas, de mediar conflitos e tem interesse por leis, justiça e impacto social, a carreira de juiz pode ser uma excelente escolha. Apesar das grandes responsabilidades e da exigência de muito estudo e preparo, essa é uma profissão que permite contribuir diretamente para uma sociedade mais justa e equilibrada.